O objetivo do Blog nunca foi exclusivamente compartilhar conteúdo publicamente, porque foi criado a pedido de um professor para postar redações durante o ano. Apesar disso, eu decidi tocá-lo postando textos de ''classificação livre, autorias próprias e indicações'', já que, navegando pela blogosfera, eu sentia vontade de fazer exatamente isso.
A cada ano será feita a retrospectiva dos posts mais acessados DO ANO EM QUESTÃO, portanto, como este é o primeiro, todo o ''plantio'' fica deitado a esta lista. Claro que as sementes dos anos que forem anteriores estarão visualmente disponíveis no layout, no gadget ''Mais acessados'', em um dos lados do Blog.
Foi um trabalho árduo e dispus de muitas horas do meu tempo para a preparação das publicações. E vale lembrar os mais desgastantes: Pedrinho Matador e Maníaco do Parque, que teve a maior visitação aqui no RDL;
quinta-feira, dezembro 27, 2012
domingo, dezembro 23, 2012
Mortuário (conto de necrofilia)
O amor diverge do prazer pútrido e psicologicamente inexplicável
de quem transa com a morte, personagem direto desta história. Antonio vive num
paraíso inexpressivo, paradoxalmente perturbador, com os cadáveres a que chama de
‘’meus’’.
Joana dos Reis morreu com blue waffle e não podia ser mandada a outro lugar senão ao necrotério de Santa Euliça, para, lá, sentir o que, em vida, não sentiu.
Joana dos Reis morreu com blue waffle e não podia ser mandada a outro lugar senão ao necrotério de Santa Euliça, para, lá, sentir o que, em vida, não sentiu.
Eram duas da manhã e a essa altura
Antonio já havia sentido a extremidade da morte. Ele gostava do cheiro podre
que os corpos exalavam, dos fluidos que liberavam e da situação de
vulnerabilidade a que estavam submetidos, ‘’todos
para mim’’.
A penumbra lá fora era grandiosa e
dava luz às ideias daquele homem. Tirou a roupa e se pôs em cima do defunto. A
vagina tinha uma quantidade enorme de feridas e pus que Antonio não podia
deixar de lamber e penetrar com dedos de mãos e pés... alheios. É que havia
mais corpos naquela sala e ele debruçou uma mulher sobre Joana, tomou seus
membros e os inseriu nela... Obscuro, as
sombras estão me rodeando e eu não vejo nada além do misto entre luz e sua
ausência...
– Quem se preocupa com isso? Ela está
gozando junto comigo, olha.
É o que fala dentro. Num revirar de
olhos sinistros o conjunto mortal de Joana era penetrado vagarosamente e só
havia a claridão daquela sala testemunhando tudo. O mesmo teve um reflexo que
só melhorou a situação para Antonio... Excitado, ereto e emputecido jogou-o de
uma só vez no chão. Fodia mais e mais.
Aquela noite ia ser ainda mais longa.
Antonio guardava ácido sulfúrico no
armário pessoal. O homem tirou o sapato do pé direito, jogou uma pequena
quantidade no dedão de seu pé e rapidamente o inseriu na vagina de Joana,
penetrando a deformidade concomitante do grito que oscilou pelo lugar onde um
só trabalhava.
***
Seus gemidos embalaram os passos de um
intruso no corredor. Teve que recolocar os cadáveres em seus respectivos
lugares e se enfiar num armário de produtos de limpeza. O guarda externo fazia
ronda pelo que também era um hospital e ficou longe de um triz para perceber o
que se passava ali.
Antonio precisava de mais, precisava
saciar sua fome de alma e carnal. Juntou as duas macas, era hora da penetração
anal de punho, ‘’eu vou dar todo o meu
amor para vocês’’.
A cada estocada as chagas externadas
de Joana aumentavam de tamanho e largura. A sala toda fedia como se houvesse
alguém em decomposição. Após isto, Antonio se levantou e urinou na boca na
segunda mulher.
Lembrou-se de que tinha um pequeno canivete guardado...
Buscou-o e arrancou o olho direito da mesma.
Pegou-o na mão e o levou até a vagina
de Joana. De uma inserção seguida de mais estocadas, o órgão sumiu dentro
daquela cavidade fétida.
A doença ginecológica de Joana já se
encontrava perto de seu ânus, por isso não defecava há dias. Como não havia
esforço para prender o que tinha de sair, e Antonio entendia daquilo, o corpo
desprendeu uma leva enorme de fezes moles. Nessa hora enfiou o pênis e sentiu o
excremento adentrar sua glande.
Ainda gemia e revirava os olhos quando
achou que estava satisfeito, mas...
– Aaai, aaai! – Antonio ouviu um forte
apito dentro de sua mente. Dessa vez aquilo não ia passar.
O vidro com ácido sulfúrico estava no
chão. Uniu-se, rosto e corpo, mente e
alma, e derramou todo o conteúdo da embalagem sobre si. Quando o enfermeiro matinal chegou, encontrou corpos com as
partes de cima derretidas. Começou a sentir algo diferente.
–
Eu sinto prazer...
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sábado, dezembro 08, 2012
Não dá pra não mostrar: POR QUE OS CARROS SÃO TÃO CAROS NO BRASIL?
SE O CONSUMIDOR PAGA, O PREÇO SALGADO FICA. ABESTADOS SOMOS NÓS
Finca-te, mente alienada; já culpada ou não, serás punida enquanto permanecer (n)a escuridão.
Finca-te, mente alienada; já culpada ou não, serás punida enquanto permanecer (n)a escuridão.
Vamos combinar, se os próprios carros produzidos neste país, quando exportados, não alcançam nem de perto o preço estabelecido para venda aqui, o que nós estamos fazendo pagando muito mais do que o produto vale? A resposta você já tem e a consciência veio grátis no pacote – pelo menos isso.
Agora, não é só com carros que isso se dá. Será que sermos capachos da indústria e comércio é a resposta para todo o alto custo por aqui, com exceção de impostos e coisas do tipo?
Falta de informação é o principal fator, e como a matéria diz, somos nós culpados. Nossa visão sobre o que acontece ''debaixo dos panos'' é tão limitada, quando é que existe.
É por isso que eu tô começando a pensar na minha viagem pra Buenos Aires. Pra que comprar aqui se lá fora é muito mais barato?
Agora, não é só com carros que isso se dá. Será que sermos capachos da indústria e comércio é a resposta para todo o alto custo por aqui, com exceção de impostos e coisas do tipo?
Falta de informação é o principal fator, e como a matéria diz, somos nós culpados. Nossa visão sobre o que acontece ''debaixo dos panos'' é tão limitada, quando é que existe.
É por isso que eu tô começando a pensar na minha viagem pra Buenos Aires. Pra que comprar aqui se lá fora é muito mais barato?
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Não dá pra não mostrar
sexta-feira, dezembro 07, 2012
Relicário – As Canções que o Nando Fez pra Cássia Cantar: OUÇA INÉDITAS
CÁSSIA ELLER COMPLETARIA 50 ANOS NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, 10
Ganhei essa compilação – com gravações inéditas – do meu amigo Rodrigo, ano passado. Relicário traz a maioria das melhores músicas que a Cássia gravou, e, como acho que o lançamento não ficou muito conhecido, resolvi trazer imagens e faixas.
É com uma emoção parecida de quando eu ganhei que vos trago ''novos'' registros musicais. Fiz upload dos vídeos no YouTube e aqui no Blogger. Abri a conta exclusivamente para o RDL.
Vamos, antes que o sol se ponha.
1 ALL STAR
2 MEU MUNDO FICARIA COMPLETO (COM VOCÊ)
3 SEGUNDO SOL
4 LUZ DOS OLHOS
5 RELICÁRIO
6 NO RECREIO
7 BABY LOVE
8 AS COISAS TÃO MAIS LINDAS
9 E.C.T.
10 INFERNAL
11 UM TIRO NO CORAÇÃO
12 NENHUM ROBERTO
13 FIZ O QUE PUDE
Ganhei essa compilação – com gravações inéditas – do meu amigo Rodrigo, ano passado. Relicário traz a maioria das melhores músicas que a Cássia gravou, e, como acho que o lançamento não ficou muito conhecido, resolvi trazer imagens e faixas.
É com uma emoção parecida de quando eu ganhei que vos trago ''novos'' registros musicais. Fiz upload dos vídeos no YouTube e aqui no Blogger. Abri a conta exclusivamente para o RDL.
Vamos, antes que o sol se ponha.
1 ALL STAR
2 MEU MUNDO FICARIA COMPLETO (COM VOCÊ)
3 SEGUNDO SOL
4 LUZ DOS OLHOS
5 RELICÁRIO
6 NO RECREIO
7 BABY LOVE
8 AS COISAS TÃO MAIS LINDAS
9 E.C.T.
10 INFERNAL
11 UM TIRO NO CORAÇÃO
12 NENHUM ROBERTO
13 FIZ O QUE PUDE
14 AS COISAS TÃO MAIS LINDAS
sexta-feira, novembro 30, 2012
Ouça o som do silêncio
Mais uma faixa de trilha sonora. Desta vez o grande é A Primeiro Noite de Um Homem. Você chegou até aqui e vai poder apreciar uma das músicas mais perfeitas que existem na história. Não é muito barulho por nada, acredite.
Use-a para sentir a doçura da escuridão em sua melhor forma: sentir felicidade se emocionando.
Use-a para sentir a doçura da escuridão em sua melhor forma: sentir felicidade se emocionando.
Olá escuridão, minha velha amiga
Eu vim para conversar com você novamente
Por causa de uma visão que se aproxima suavemente
Deixou suas sementes enquanto eu estava dormindo
E a visão que foi plantada em minha mente
Ainda permanece
Dentro do som do silêncio
+
E engraçado como ela continua boa em diferentes versões.
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quinta-feira, novembro 15, 2012
Matilha (conto de terror)
Ficava cada vez mais difícil entender o que estava
acontecendo ali. Ao longe, o Edifício Joelma. De sobressalto, a voz de um
adulto gritando. Era uma mulher enunciando seu suicídio de forma desesperadora.
Em sua rua encontrava-se o silêncio aterrador. Quando abriu a
porta, de perfil, viu uma sombra negra e cabeluda. A comprovação do seu medo
veio quando chamou seu gato para vir de encontro a ele – nessa hora ouviu uma
voz medonha proferindo frases blasfêmicas em velocidade anormal, porém
compreensível; quando adentrou a porta pôde sentir a amargura de vir seu gato
com as entranhas todas de fora, sendo devorado por mais uma representação do coisa
ruim. O horror cobriu a alma de Emanuel como se um balde de sangue fosse jogado
nele.
Correu feito andarilho sem rumo. Francisca, sua vizinha
praticante da feitiçaria, ouviu o eco de Emanuel sendo arrastado para as
profundezas do inferno. O feitiço para desembocar o solitário mas feliz homem
tinha dado certo.
VozVAZIO... Ecoando...
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quarta-feira, outubro 31, 2012
Documentário A Verdadeira História do Halloween e o curta To My Mother and Father: especial Halloween
[ATUALIZADO 25/04/13]
Assista ao documentário ''A História do Halloween'', com tudo o que você precisa saber (o surgimento do dia e a impulsão da Igreja sobre a data, a lanterna de abóbora, as máscaras etc.) e mais um pouco. O History produziu, preciso dizer mais alguma coisa? Quem conhece o canal sabe.
Muito bom!
Sinto de verdade por não ser tradição nossa comemorar este tão significativo dia.
Imagem encontrada no MEDOB |
Muito bom!
Sinto de verdade por não ser tradição nossa comemorar este tão significativo dia.
A celebração do Halloween começou há séculos como uma festa pagã para honrar os mortos. Hoje, se transformou em um dia para quebrar as regras e usar fantasias peculiares. Esta tradição tem raízes muito antigas, quando na Idade Média, as pessoas iam de porta em porta pedindo guloseimas.
Durante a depressão, as festas de Halloween chegaram a ser tão violentas e destrutivas, que as autoridades civis tiveram que intervir para poder prevenir o vandalismo disseminado nas cidades ao longo dos Estados Unidos.
Atualmente, este ritual gera bilhões de dólares em vendas de doces a cada temporada, e não importa quantas cabeças de abóboras sejam talhadas ou quantas crianças saiam para pedir guloseimas, ainda gostamos de curtir o medo implícito da noite de 31 de outubro.
Durante a depressão, as festas de Halloween chegaram a ser tão violentas e destrutivas, que as autoridades civis tiveram que intervir para poder prevenir o vandalismo disseminado nas cidades ao longo dos Estados Unidos.
Atualmente, este ritual gera bilhões de dólares em vendas de doces a cada temporada, e não importa quantas cabeças de abóboras sejam talhadas ou quantas crianças saiam para pedir guloseimas, ainda gostamos de curtir o medo implícito da noite de 31 de outubro.
Curta Para Minha Mãe e Pai. Uma brincadeira inocente culmina na exaltação de uma psicose horripilante.
Doces ou travessuras? Tudo tem um significado.
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terça-feira, outubro 30, 2012
E eu estou rindo... sem perceber
E chegamos ao finalmente. Com a nunca antes tão falada ''qualidade de vida'', agora revolucionada aqui, eu chego à 17ª véspera de Dia das Bruxas bem diferente de qualquer outra.
Aniversário é o tipo de data que se tem que comemorar, e, além disso, homenageá-la. Felicidade, cheia de metáforas alusórias a como viver de verdade, do Marcelo Jeneci e da Laura Lavieri, que descobri recentemente, é a principal faixa deste dia tão aguardado (porque, uau, como demora).
Como felicidade é só questão de ser, estou indo dançar na chuva, porque a chuva já está aqui.
Como felicidade é só questão de ser, estou indo dançar na chuva, porque a chuva já está aqui.
domingo, outubro 21, 2012
Entendendo Visitor Q, de Takashi Miike
Acompanhamos a trajetória de uma desestruturada e bizarra família japonesa em sua ascensão ao orgasmo vitalício (vocês sabem do que eu tô falando).
Enquanto a VISITA, em vez de ‘’X’’, o ‘’Q’’ da Questão.
Enquanto a VISITA, em vez de ‘’X’’, o ‘’Q’’ da Questão.
Contém SPOILER: detalhes sobre o final e outros. Se não assistiu, recomendo que visite outras páginas deste Blog.
Não viu o filme? BAIXE AQUI.
quarta-feira, outubro 10, 2012
Primeira Análise Fragmental Multiangular: ''O Sétimo Selo''
Ingmar Bergman, Suécia, 1957
Um novo modo, aqui no Blog, de interpretar cinema.
Contém SPOILER: detalhes sobre o final e outros. Se não assistiu, recomendo que visite outras páginas deste Blog.
É preciso contextualizar a obra. Transcrevo abaixo o momento em que São João, após ser arrebatado em espírito aos céus, presencia a abertura do livro selado com sete selos (Apocalipse 8:1):
A Morte surge para levá-lo, mas o cavaleiro não está espiritualmente preparado, portanto propõe-lhe uma partida de xadrez, como forma de decidir seu destino – ou o de sua vida. (Há pausas na partida para resolver contratempos que a Morte concede a seu adversário e potencial escolhido.)
Somos então apresentados aos atores que montam e encenam espetáculos para uma plateia não muito contribuinte (‘’Acho que eles não gostam de arte’’).
Jof é um visionário, e importa seu dom por vermos que é o único capaz de presenciar os vislumbres resultantes da catástrofe.
Não somente, estes achavam que Deus estava punindo-os pelos seus pecados, por isso se autoflagelavam. A influência da Igreja é clara e direta.
– O cavaleiro e seu vassalo ficam amigos dos artistas e os convidam para seguir viagem, pois a peste ruma para o sul, e é em Elsinore que acontecerá um festival do qual os segundos querem participar.
– Os atores observam, escondidos e atônitos, o jogo entre Antonius Block e a Morte e, apavorados, decidem fugir daquilo que seria seu fatal destino – pois mais tarde a Morte levaria todos os outros consigo, numa dança macabra (sem surpresa). Dödsdansen.
Tendo como foco a ação da Morte, as Escrituras Sagradas estão em
jogo para justificar a causa do male que se abate contra aquela população,
portanto, a ira de Deus (questão
principal).
Mas, Det Sjunde Inseglet (no seu original), vai além, partindo para questões existenciais e culturais:
Existenciais — nossas ações na Terra: o que fazemos (ou não), e isso agrada a Deus?
Um novo modo, aqui no Blog, de interpretar cinema.
Contém SPOILER: detalhes sobre o final e outros. Se não assistiu, recomendo que visite outras páginas deste Blog.
(Personagens principais)
Antonius Block — Max von Sydow
A Morte — Bengt Ekerot
Jof — Nils Poppe
Jons — Gunnar Björnstrand
Jons — Gunnar Björnstrand
Mia — Bibi Andersson
Jonas Skat — Erik Strandmark
Jonas Skat — Erik Strandmark
O cavaleiro que volta das
cruzadas (séc. XIV, Idade Média, era apocalíptica) e narra uma passagem do livro de Apocalipse. Presenciara a peste culminando em suas batalhas e, por isso, sua fé em Deus se
encontra abalada.
É preciso contextualizar a obra. Transcrevo abaixo o momento em que São João, após ser arrebatado em espírito aos céus, presencia a abertura do livro selado com sete selos (Apocalipse 8:1):
A abertura do sétimo selo. Os sete anjos com as sete trombetas; as quatro primeiras
Como se vê, a abertura do sétimo selo é o alicerce para o início da destruição.
- E, HAVENDO aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora.
- E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.
- E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.
- E o fumo de incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus.
- E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos e terremotos.(...)
A Morte surge para levá-lo, mas o cavaleiro não está espiritualmente preparado, portanto propõe-lhe uma partida de xadrez, como forma de decidir seu destino – ou o de sua vida. (Há pausas na partida para resolver contratempos que a Morte concede a seu adversário e potencial escolhido.)
Somos então apresentados aos atores que montam e encenam espetáculos para uma plateia não muito contribuinte (‘’Acho que eles não gostam de arte’’).
Jof é um visionário, e importa seu dom por vermos que é o único capaz de presenciar os vislumbres resultantes da catástrofe.
A Igreja interrompe com a crucificação de indivíduos com a peste, sob o argumento de que são as causadoras, estão cometendo pecados que as levarão ao juízo final, sem direitos sobre o arrebatamento.
Não somente, estes achavam que Deus estava punindo-os pelos seus pecados, por isso se autoflagelavam. A influência da Igreja é clara e direta.
– O cavaleiro e seu vassalo ficam amigos dos artistas e os convidam para seguir viagem, pois a peste ruma para o sul, e é em Elsinore que acontecerá um festival do qual os segundos querem participar.
– Os atores observam, escondidos e atônitos, o jogo entre Antonius Block e a Morte e, apavorados, decidem fugir daquilo que seria seu fatal destino – pois mais tarde a Morte levaria todos os outros consigo, numa dança macabra (sem surpresa). Dödsdansen.
Questões
acerca de O Sétimo Selo
- Religião; ideais religiosos e sua ausência;
- Crença na ação da Morte;
- Juízo final;
- Existência divina;
- Que importância tem os seres humanos para Deus.
Mas, Det Sjunde Inseglet (no seu original), vai além, partindo para questões existenciais e culturais:
Existenciais — nossas ações na Terra: o que fazemos (ou não), e isso agrada a Deus?
Culturais — pois
‘’eles não gostam de arte’’ e o conhecimento que se tem da Bíblia.
Ao final, ficam-nos reflexões como: a ação e o juízo que a
morte faz da humanidade; quais são os critérios que ela, como detentora majoritária da vida,
usa (se é que usa) para escolher suas próximas ‘’vítimas’’?
Se arrastarmos a questão para a vida, questionaremo-nos se a
realidade confunde-se com a ficção (e/ou até que ponto isto acontece) – pessoas
de todas as idades morrem, por várias circunstâncias e motivos –?
E a morte, pertence estritamente ao lado do mal, uma vez que aqui age sem precedentes, orientação e comando divinos?
E a morte, pertence estritamente ao lado do mal, uma vez que aqui age sem precedentes, orientação e comando divinos?
segunda-feira, agosto 20, 2012
Último Retrato
Direção: Abelardo de Carvalho (2009)
Informações: Porta Curtas
A morte, por um fotógrafo que anseia sair da visão comum acerca dela, e crianças.
Pegando emprestadas falas do vídeo, um fotógrafo que deseja representar o irrepresentável quando a parte que é misteriosa e encanta recobre a vida de quem perdeu um ente querido, talvez reverenciando o desconhecido.
Veus, túnicas e o fim da vida... O único destino de que todos temos certeza: todo rosto se apagará.
– Mas por que afinal me fotografas? – pergunta uma das crianças.
– Por quê? Pra mostrar como uma simples imagem pode estar a serviço da memória?
''A câmera não tem senão um olho: a lente. Só pode registrar um fragmento do mundo visual.
O fotógrafo leva com ele um segundo olho: o da seleção.
O artista tem ainda um terceiro: o da imaginação criativa. Este terceiro olho é o que pode penetrar no nosso mundo interior''.
Opinião expressa/pessoal: Causa ausência temporal de fôlego e não é nada superficial.
![]() |
Pra cima! |
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segunda-feira, agosto 06, 2012
segunda-feira, julho 30, 2012
Destino: São Paulo
Percorrendo várias zonas, enfrentando o caótico trânsito, cumprindo quase todas as exigências da programação, assim foram as melhores férias da minha vida. Como costumo dizer, de que importam os defeitos de alguém ou alguma coisa se a parcela mór for de qualidades?
São Paulo, como todas as outras, é perigosa, arriscada, mas miscelânica, incomparável.
Foram dezenas de viagens; foi o puro divertimento mais o brilho nos olhos...
18/07 – Estação da Luz
19/07 – Parque do Ibirapuera
20/07 – Museu da Imagem e do Som (MIS) [Exposição Mais Amor em SP, térreo]
![]() |
Eu deixando minha marca na parede do Museu. A pergunta era: ''O que você mais ama em São Paulo?'' |
Exposição Georges Méliès, o Mágico do Cinema – 2º e 3º andar
![]() |
É, o MIS construiu um espaço especial pra quem quisesse assistir à sessão de Viagem à Lua |
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Visitando São Paulo
quinta-feira, julho 19, 2012
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Avenida São João
Iniciando minhas férias de julho/2012 num tour pela minha cidade natal, São Paulo, acompanhado da minha gauchinha Carol, aqui comigo. Ah!, e como tem coisa boa no Mercado Municipal; e como é linda a Estação da Luz em qualquer hora. Mais paz, mais amor, mais felicidade, mais carpe diem. Pelo que há de bom, saúde a nós! Férias inesquecíveis, JÁ COMEÇOU...
+ Sampa, do Caetano.
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sábado, julho 14, 2012
Inverso
Já sou eu quem decide fazer e tirar o máximo de proveito da minha vivência. Ensandecida pela possibilidade de um dia voltar a enxergar; mas sei que é impossível. Não adianta fé – eu tenho, e assim me contradigo. Paz interior. No momento, maravilho-me pela existência e a cada belo dia (de céu limpo/cantado pelos pássaros), ou não (aqueles escuros, que sugam sua energia; que dão vontade de enrolar-se num cobertor com pipoca e refrigerante... Talvez chorar? Você acha: ‘’que dia lindo para se suicidar’’), levanto-me, erguida, prosseguindo o que me foi dado.
E que os dias ruins e as crises de choro desçam pelo mais profundo e possessivo ralo, para que eu, assim, possa continuar a ser feliz. Pois enquanto choras, não sendo emoção o motivo... Digo, não exagere no ato.
Apalpo tudo o que tenho pela frente. Decido ir ou ficar, experimentar ou continuar receosa ao gosto que pode ter, deixando de fazer. Independo do sentimento que destroi-nos por dentro.
De outubro, época do meu aniversário, a janeiro, época da saída do velho e entrada do novo, sou banhada e vejo repassar alguns dos importantes e mais felizes acontecimentos do ano.
Paz interior. Sorrisos. Gratificação. Abastecimento. Fortalecimento. Querer. Superação.
Saiba que há uma vida lá fora para se viver. Isto está como uma informação plantada num microchip em nossa cabeça, porém você, atingido, parece não o saber. Rasteiras não devem desanimar, o tempo entrega tudo! Agora, se achar tão sacrificante e difícil, pense em mim.
Da monotonia, renascimento. Deitada, trespassando as horas... Até que levantei com a visão do jeito costumeiro, sacudi meus olhos intencionando me livrar de não sei o que, e percebi que podia enxergar.
Pelo novo viver, a prece aos mortos foi eliminada.
E que os dias ruins e as crises de choro desçam pelo mais profundo e possessivo ralo, para que eu, assim, possa continuar a ser feliz. Pois enquanto choras, não sendo emoção o motivo... Digo, não exagere no ato.
Apalpo tudo o que tenho pela frente. Decido ir ou ficar, experimentar ou continuar receosa ao gosto que pode ter, deixando de fazer. Independo do sentimento que destroi-nos por dentro.
De outubro, época do meu aniversário, a janeiro, época da saída do velho e entrada do novo, sou banhada e vejo repassar alguns dos importantes e mais felizes acontecimentos do ano.
Paz interior. Sorrisos. Gratificação. Abastecimento. Fortalecimento. Querer. Superação.
Saiba que há uma vida lá fora para se viver. Isto está como uma informação plantada num microchip em nossa cabeça, porém você, atingido, parece não o saber. Rasteiras não devem desanimar, o tempo entrega tudo! Agora, se achar tão sacrificante e difícil, pense em mim.
Da monotonia, renascimento. Deitada, trespassando as horas... Até que levantei com a visão do jeito costumeiro, sacudi meus olhos intencionando me livrar de não sei o que, e percebi que podia enxergar.
Pelo novo viver, a prece aos mortos foi eliminada.
Penso que não cegamos, penso que estamos cegos,
Cegos que veem, Cegos que,
vendo não veem” (Ensaio Sobre a Cegueira, José Saramago)
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terça-feira, junho 26, 2012
Pedrinho Matador e Maníaco do Parque: ficha atual
[ATUALIZADO - 01/02/13]
Pedro Rodrigues Filho, na cena como Pedrinho Matador. Homicídio: mais de 100 vítimas, segundo suas próprias contas. 71 crimes confirmados, não tendo sido condenado por todos. O criminoso que pegou a maior pena da história carcerária do País: 400 anos – sendo 30 de permanência permitidos pela lei brasileira – tendo cumprido 34 deles, passando o ''pequeno'' Bandido da Luz Vermelha.
Pedrinho não é canibal, mas expressa sua ira do modo mais radical que existe: matando. Encéfalopata, descarrega a raiva, sai sem culpa; não entende a gravidade de seus crimes. Além da maior pena, o maior assassino de todos os tempos.
E para quem não conhece-os, imaginando serial killers só no exterior, pela ficção, pelos livros que chegam aqui que passamos para ESTADO: ESTARRECIDO, com a mente ou os sentidos perturbados. Além de existir perigo, há o estágio além, presente aqui, no Brasil.
O que me motivou a trazer a edição do Repórter Record (10/06/2012) pra vocês pode ser visto aos 23:35 em diante do vídeo. Com a adição de trilha sonora da edição, ficamos com um material aterrador. Quem imaginaria que a pergunta do jornalista ao Maníaco do Parque traria uma resposta como a tal.
Pedro Rodrigues Filho, na cena como Pedrinho Matador. Homicídio: mais de 100 vítimas, segundo suas próprias contas. 71 crimes confirmados, não tendo sido condenado por todos. O criminoso que pegou a maior pena da história carcerária do País: 400 anos – sendo 30 de permanência permitidos pela lei brasileira – tendo cumprido 34 deles, passando o ''pequeno'' Bandido da Luz Vermelha.
Pedrinho não é canibal, mas expressa sua ira do modo mais radical que existe: matando. Encéfalopata, descarrega a raiva, sai sem culpa; não entende a gravidade de seus crimes. Além da maior pena, o maior assassino de todos os tempos.
Sua filosofia: ninguém vale merda nenhuma.
Suas vítimas: somente bandidos, gente de má índole. Argumento que se mantém de pé até a segunda página.
Da entrevista: ''Tinha vez que até eu tinha medo de mim.''
Francisco de Assis Pereira, na cena como Maníaco do Parque. Canibalismo presente – mastigar a vítima –, sem vontade de matar. Estuda antes de agir; outra de suas marcas é o jogo de sedução. ''Inteligência a serviço da morte''. Maníaco atraía/perseguia, estuprava e matava. Escapou das mãos de Pedrinho Matador, que nunca deixou de jurá-lo de morte, por enojá-lo. Foi a entrevista de Marcelo Rezende com ele e seu clímax que me motivou a fazer este post.
Sua defesa: diz-se vítima de um mal, ''aquela forma maldita''; as pessoas, por conseguinte, vítimas do mal que estava nele.
Da entrevista: ''Qual o ser humano que não tem uma lábia?''
Da entrevista: ''Qual o ser humano que não tem uma lábia?''
O que me motivou a trazer a edição do Repórter Record (10/06/2012) pra vocês pode ser visto aos 23:35 em diante do vídeo. Com a adição de trilha sonora da edição, ficamos com um material aterrador. Quem imaginaria que a pergunta do jornalista ao Maníaco do Parque traria uma resposta como a tal.
Assista ao doc, direto do R7
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segunda-feira, junho 18, 2012
O mercado de trabalho e a escravidão moderna. Como combatê-los?
Trabalho escravo moderno,
sinônimo de imoral
e desonesto. Coação da autoridade máxima sobre pessoas que, à procura de
emprego em um mercado de trabalho que não é vasto, acabam aceitando ofertas
atraentes, não condizentes com sua atual situação e necessidade. Arquivado está
o documento que deu liberdade aos escravos no Brasil.
A falta de especialização aliada à
falta de experiência, no caso dos menores de idade e no caso dos que buscam
arriscar-se em novas áreas de conhecimento, é fator determinante de causa das
dificuldades em conseguir o tão cobiçado emprego, portanto não se devem
eliminar todas as possibilidades do leque. Estética favorecida e vestimentas
são pontos relevantes, mas não fundamentais usados como critério para escolha
de candidato à vaga. Como em tudo, neste caso o preconceito visa o sotaque
regional do candidato; se for considerado ‘’fora do padrão’’, muito
provavelmente não será aceito. Tudo dependendo do setor escolhido.
Talvez a escravidão moderna, em comparação
com a do passado, se resuma à exploração por parte dos donos de canaviais para
com os trabalhadores braçais, que estendem períodos absurdos de serviço com a
ilusão de que poderão juntar dinheiro e ajudar a quem depende deles. Isto é, negação de liberdade, sendo que mais devem para os patrões do que têm para si mesmos. ‘’Para quê
regularizar os direitos trabalhistas se posso continuar explorando sem uma
fiscalização exigente, efetiva e enriquecendo?’’, pensa o patrão. Enquanto
os escravizados forem conformistas e passivos, poderão contar com as deixas e a
ausência de contribuição do governo às mãos de quem está sendo servido, pois nada
será resolvido.
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Livre
segunda-feira, junho 04, 2012
Partida
Se hoje sexo anal é tabu, houve o tempo em
que falar de sexo, apenas o tradicional sexo era assunto quase restrito no
ambiente familiar. Alguém viveu muito bem o transcurso da puberdade para a fase
adulta.
– Os melhores anos da minha vida aconteceram depois
da adolescência, velho amigo. Fiz e me deleitei a vera... Ainda falam assim?
– Não entendi uma coisa.
– O quê?
– Sua adolescência.
– Muita confusão, muita indecisão, e mesmo
sabendo da breve temporalidade da existência, só era teórico, sem prática e
ação.
– Que foi que tanto fez após?
– Agredi a pureza dos conventos e seminários
que restam santos, deixei de lado as mazelas sociais para dedicar ao intenso
desfrute.
– ‘’Aproveite o momento’’ – faz o amigo, remetendo-se
ao significado do carpe diem.
– Grandes passeios, deitei e rolei na grama.
Marquei com pessoas conhecidas a poucos dias de transar, mas não o transar
casual comum, sexo por sexo; o que eu almejava era algo que ultrapassasse o
curto prazer carnal; tinha de ser mais profundo. Tudo vindo da boa sensação de
noite de sexta-feira pós semana cheia; vindo daqueles anos perdidos onde o
sufoco, lê-se ‘’sociedade’’, me apregoava. Nada de oportunidades escapando,
pelo bem dos mais chegados, o sexo, o amor, a bonança, os mergulhos conscientes
sem peso mental no que eu fazia descomplicando o presente.
Despediram-se, pois era tarde. O telefone
tocou na casa do amigo e lhe anunciaram a morte do relator das melhores
aventuras.
– Esse morreu feliz.
Sorriu.
P.S.: ‘’Colha o dia, confia o mínimo no
amanhã. ’’
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Autoria própria,
Contos
domingo, maio 20, 2012
Elis e Tom, Águas de Março
Essa, que é uma das maiores canções brasileiras de todos os tempos, original de Tom Jobim. Aqui é Elis Regina quem assume o papel principal. Foi por acaso que baixei a música que quase deu o nome a este blog, e viciei nela. Mal sabia eu que, pelo comentário de um conhecido, sua letra passaria a fazer grande sentido, representar tanto. Dias felizes estão seguindo com tudo voltando a dar certo. Águas de Março, que é de grande significado para mim, pra vocês:
...é o fim da canseira
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É um resto de mato na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
[*assovios]
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Música
quinta-feira, maio 17, 2012
Timing
Direção: Amir Admoni (2009)
Informações: Porta Curtas
A típica relação sem sal dos casais que há muito estão juntos. Por quê tanto desgaste?
Sincronismo você/tempo/coisas.
Deixamo-nos levar com o passar das horas, e não percebemos que esse tempo perdido nos leva ao distanciamento do que amamos. Amores se vão, antigas e boas amizades perdem a graça e aquele ritmo costumeiro de ser. O que é esse bendito tempo que deixamos de dedicar a tais coisas? Deixar para depois o que pode ser feito agora pode prejudicar, prejudicar da maneira ''não conseguirei mais''.
A temporalidade da existência quase que nos obriga a viver a vida sem perder tempo, como se fosse uma aventura, cuidando-se, valorizando-se etc. Nossa qualidade de vida - constam fé, amor-próprio e contemplação do belo - se dá pelo tempo; mas aquele medo frequente de QUERO, MAS TENHO MEDO DE NÃO GOSTAR DO RESULTADO te impede? Responda a si mesmo: O QUE VOCÊ FARIA SE NÃO TIVESSE MEDO? Quando digo que o ser humano é feito de consciências, não é à toa, se é que você me entende. É saudável temer até certo ponto, é ser humano, mas não ultrapasse o limite estabelecido pela consciência.
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quarta-feira, maio 09, 2012
Tempo de Violência, à la ''Girl, You'll Be a Woman Soon''
Custei muito pra assistir Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994). Agora que posso falar sobre ele, posso igualmente ovacioná-lo, sem dúvida alguma. Deixo pra vocês o melhor momento filme-trilha sonora: Mia Wallace (Uma Thurman) se drogando ao som de Girl, You'll Be a Woman (Urge Overkill).
Do usuário ''KillerMovies666'', no YouTube. Na conta dele, outras faixas de Pulp Fiction
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Música
segunda-feira, maio 07, 2012
Impressões sobre A Centopeia Humana 2
SERES HUMANOS, COITADOS
Porque se você achou a Centopeia 1 forte, não sabe o que te espera com a continuação.
As atrocidades são maiores e mais crueis.
Contém SPOILER: detalhes sobre o final e outros. Se não assistiu, recomendo que visite outras páginas deste blog.
Não viu o filme? BAIXE AQUI.
terça-feira, maio 01, 2012
Os canibais de Garanhuns: capítulo da arte
Se sabe pouco ou nada a respeito do caso, veja aqui no Portal R7.
Acompanhando a polêmica dos canibais brasileiros, fiquei
aficionado e CLARO que fui tentar encontrar o livro ''Revelações de Um
Esquizofrênico'' AND o filme ''Espírito'', sendo o primeiro escrito por Jorge
Beltrão, o líder da família dos canibais; o segundo produzido e dirigido por
ele, também. Pelo noticiado, Beltrão é – ou era – líder da seita de nome Cartel,
que, pelo que eu entendi, integravam Isabel Pires, Bruna Oliveira (lê-se ‘’amante
que deu início ao triângulo amoroso’’) e Jorge Beltrão.
Capítulos que mais me
chamaram a atenção: IV, IX, XIII, XX, XXI (Jorge
fala das empadas), XXII, XXIII, XXIV, XXV, XXVI (CANIBALISMO
AQUI) e XXIX.
No final, consta uma espécie de mini-autobiografia, escrita em 3ª
pessoa, acompanhada de foto assustadora.
Não resisti e li o livro inteiro!
Infelizmente dois capítulos estão ilegíveis, não se sabe o porquê.
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Mídia
sábado, abril 28, 2012
Aleijada
Na feira onde eram feitas trocas de produtos por outros produtos estava Beta (-sozinha-humilde-cega-parciamente-e-desligada).
Ela precisava de amor; sabia-o, mas se negava a reparar em qualquer
moço que encontrasse em seu caminho. Pode imaginar, nem sabia o que era o
prazer da carne...
Sua
vida, desde o começo, era em formato de flashbacks. Sua fruta
preferida: maçã. Flashbacks preto e branco de sabor maçã adocicada
vermelha ao ponto de bala para degustação. Rápidos, não? Tamanha doçura
continha-nos. Mas como pode, meu Deus, ter solidão acumulada aos montes
em suas veias e a vida lhe ser doce? Pois era um doce-não-doce.
Ofélia, sua mãe, cliente mensal da barraca do Seu Nelson, tinha sempre trocas para fazer na feira. Beta a acompanhava em tudo. A mãe meio que compartilhava a solidão da filha, pois não lhe fazia papel de mãe-amiga como toda deveria fazer. Beta de nada se importava, afinal andava viva, mas dormindo e se rastejando em seu cerne.
Se de migalhas vivia era escolha sua revolucionar seu momento. Somos nós os detentores de nossa alegria, mesmo que às vezes dependamos da colaboração dos outros, mesmo que a felicidade seja feita de momentos e não ser definitiva.
Morta-Viva ajudava na louça suja, na sujeira e organização da casa. Teria sim liberdade para sair, namorar, até porque Ofélia estava cansada de somente vê-la presa, com altas demonstrações de falta de ânimo. Nem gosto musical a menina tinha, pois tudo e nada era o mesmo para ela. (Imagina se só falo da música...)
Havia alguma solução cabível à mãe tomar? Bem, enquanto não se sabia a rotina casa-feira era cumprida. Silenciou-se ao sair, manteve-o ao chegar, inclusive nas gentilezas, como cumprimentar os outros ou agradecer.
Pois ao olhar um fruto podre em meio a tantos vistosos e suculentos, comprar os últimos e virar-se – para casa, varrê-la, quem sabe –, dá-se com um rapaz que tão-pouco planejava o amor para seu presente. Como ela. Como todos os jovens despretensiosos, por estarem cientes do quanto amor-próprio é necessário, e do quanto perceber a vida também o é.
Acabou acontecendo.
Ofélia, sua mãe, cliente mensal da barraca do Seu Nelson, tinha sempre trocas para fazer na feira. Beta a acompanhava em tudo. A mãe meio que compartilhava a solidão da filha, pois não lhe fazia papel de mãe-amiga como toda deveria fazer. Beta de nada se importava, afinal andava viva, mas dormindo e se rastejando em seu cerne.
Se de migalhas vivia era escolha sua revolucionar seu momento. Somos nós os detentores de nossa alegria, mesmo que às vezes dependamos da colaboração dos outros, mesmo que a felicidade seja feita de momentos e não ser definitiva.
Morta-Viva ajudava na louça suja, na sujeira e organização da casa. Teria sim liberdade para sair, namorar, até porque Ofélia estava cansada de somente vê-la presa, com altas demonstrações de falta de ânimo. Nem gosto musical a menina tinha, pois tudo e nada era o mesmo para ela. (Imagina se só falo da música...)
Havia alguma solução cabível à mãe tomar? Bem, enquanto não se sabia a rotina casa-feira era cumprida. Silenciou-se ao sair, manteve-o ao chegar, inclusive nas gentilezas, como cumprimentar os outros ou agradecer.
Pois ao olhar um fruto podre em meio a tantos vistosos e suculentos, comprar os últimos e virar-se – para casa, varrê-la, quem sabe –, dá-se com um rapaz que tão-pouco planejava o amor para seu presente. Como ela. Como todos os jovens despretensiosos, por estarem cientes do quanto amor-próprio é necessário, e do quanto perceber a vida também o é.
Acabou acontecendo.
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