Ficava cada vez mais difícil entender o que estava
acontecendo ali. Ao longe, o Edifício Joelma. De sobressalto, a voz de um
adulto gritando. Era uma mulher enunciando seu suicídio de forma desesperadora.
Em sua rua encontrava-se o silêncio aterrador. Quando abriu a
porta, de perfil, viu uma sombra negra e cabeluda. A comprovação do seu medo
veio quando chamou seu gato para vir de encontro a ele – nessa hora ouviu uma
voz medonha proferindo frases blasfêmicas em velocidade anormal, porém
compreensível; quando adentrou a porta pôde sentir a amargura de vir seu gato
com as entranhas todas de fora, sendo devorado por mais uma representação do coisa
ruim. O horror cobriu a alma de Emanuel como se um balde de sangue fosse jogado
nele.
Correu feito andarilho sem rumo. Francisca, sua vizinha
praticante da feitiçaria, ouviu o eco de Emanuel sendo arrastado para as
profundezas do inferno. O feitiço para desembocar o solitário mas feliz homem
tinha dado certo.
VozVAZIO... Ecoando...
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