Se hoje sexo anal é tabu, houve o tempo em
que falar de sexo, apenas o tradicional sexo era assunto quase restrito no
ambiente familiar. Alguém viveu muito bem o transcurso da puberdade para a fase
adulta.
– Os melhores anos da minha vida aconteceram depois
da adolescência, velho amigo. Fiz e me deleitei a vera... Ainda falam assim?
– Não entendi uma coisa.
– O quê?
– Sua adolescência.
– Muita confusão, muita indecisão, e mesmo
sabendo da breve temporalidade da existência, só era teórico, sem prática e
ação.
– Que foi que tanto fez após?
– Agredi a pureza dos conventos e seminários
que restam santos, deixei de lado as mazelas sociais para dedicar ao intenso
desfrute.
– ‘’Aproveite o momento’’ – faz o amigo, remetendo-se
ao significado do carpe diem.
– Grandes passeios, deitei e rolei na grama.
Marquei com pessoas conhecidas a poucos dias de transar, mas não o transar
casual comum, sexo por sexo; o que eu almejava era algo que ultrapassasse o
curto prazer carnal; tinha de ser mais profundo. Tudo vindo da boa sensação de
noite de sexta-feira pós semana cheia; vindo daqueles anos perdidos onde o
sufoco, lê-se ‘’sociedade’’, me apregoava. Nada de oportunidades escapando,
pelo bem dos mais chegados, o sexo, o amor, a bonança, os mergulhos conscientes
sem peso mental no que eu fazia descomplicando o presente.
Despediram-se, pois era tarde. O telefone
tocou na casa do amigo e lhe anunciaram a morte do relator das melhores
aventuras.
– Esse morreu feliz.
Sorriu.
P.S.: ‘’Colha o dia, confia o mínimo no
amanhã. ’’
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